segunda-feira, 11 de agosto de 2014

PROFISSÃO DE MÉ

(por Danilo Pinheiro e João Alves)

Creio no mé, Nosso Senhor.
Concebido de cana-caiana,
nascido nos alambiques,
padecido em nosso goles.
Foi destilado,
engarrafado
e comercializado.
Desceu pelos nosso copos.
Regurgitei no terceiro dia.
Ih! Subiu o mé!
Estou sentado à direita do balcão
do bar aqui da esquina.
Onde o mé regará os vivos e os mortos.
Creio no gole pro santo.
Creio na Santa Tereza,
Creio na Salinas,
Creio na Boazinha,
Creio na Tabuá Flor de ouro,
Creio na Santo Grau,
Creio na Seleta,
Creio na Germana
e até creio na Pitu e na 51,
quem dirá no Velho Barreiro,
Creio na comunhão dos bebuns,
Na ressurreição dos travados,
No esquecimento dos arregados,
Na alegria e na tristeza,
tim-tim por tim-tim,
Há mé.



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