tag:blogger.com,1999:blog-2144931782225278622024-03-05T08:17:44.341-08:00sonhos intranquilosJoão Alveshttp://www.blogger.com/profile/02251962101887089177noreply@blogger.comBlogger126125tag:blogger.com,1999:blog-214493178222527862.post-53963108237071568752023-06-11T10:30:00.006-07:002023-06-12T11:56:24.387-07:00Um outro anti-poema suspenso dentro de mim para uma cidade hostil <p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiB4AJinVkWrhXaKGuta1VbMUsXaolP_Sq0yuKy7453Bb7OXVFgjk9IzeO7CLlh2IE_tDqlvSJ4aAd2KYIJkgoSVmdAtS61iDbcNqW7YWfn1PEirDbjZ-M7ErmuED6ypg_RgXErjvu9NUmkV5diXNY7LZqqGoyF2CXzjnMPHS8qo65e6y-3ASQof-oc/s1240/morador%20de%20rua%20na%20calc%CC%A7ada-1.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="826" data-original-width="1240" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiB4AJinVkWrhXaKGuta1VbMUsXaolP_Sq0yuKy7453Bb7OXVFgjk9IzeO7CLlh2IE_tDqlvSJ4aAd2KYIJkgoSVmdAtS61iDbcNqW7YWfn1PEirDbjZ-M7ErmuED6ypg_RgXErjvu9NUmkV5diXNY7LZqqGoyF2CXzjnMPHS8qo65e6y-3ASQof-oc/w400-h266/morador%20de%20rua%20na%20calc%CC%A7ada-1.png" width="400" /></a></div><br /><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Desço do no ponto final do ônibus no Metrô Anhangabaú. Não desejo pegar outro ônibus para chegar nas mediações da Estação da Luz onde irei assistir uma peça de teatro. Posso andar tranquilamente 1,5 km. Já fiz esse caminho a pé diversas vezes desde que cheguei em São Paulo nos idos de 2005 e gosto e de olhar a arquitetura do centro e suas contradições. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">São 17h30 como ainda aponta o relógio das antigas Lojas Mappin. O vale do Anhangabaú e a praça Ramos de Azevedo encontram-se ainda encobertos pelos horrorosos tapumes de metal da Secretaria Municipal de Cultura de Aline Torres que, desde o início da gestão do Prefeito Ricardo Nunes, resolveu apartar a cultura da vida pública da cidade. Passo apressado pelo Teatro Municipal, pego a Barão de Itapetininga querendo chegar rápido na Avenida Ipiranga. Um carro de da GCM passa acelerado pelo calçadão, eu e alguns meninos pretos ficamos com medo de ser atropelado pelo volante armado da gestão municipal. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Na Ipiranga encontro vários corpos vivos, desconhecidos e anônimos, largados entre cobertores sacos de lixo e restos de comida nas calçadas de piso paulista. Na esquina com a Avenida São João, alguma coisa acontece em meu coração: um misto de medo e descrédito quando um morador de rua chuta um saco de lixo em minha direção. Por sorte o saco de dejetos estaciona no meio fio a poucos metros de mim. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Entro na Rua Santa Ifigênia. É domingo: os comércios estão fechados, o clima é de desolação, pessoas fumam crack na porta das lojas, moradores das imediações passeiam apressados com cães, poucos carros passam pela rua. O sol já caiu no horizonte a rua é iluminada ora por luzes de tungstênio, ora por lâmpadas LED construindo um clima esquisito na rua. As travessas da Santa Ifigênia estão apinhadas de usuários de crack que vira e mexe cruzam a rua empurrando carinhos de supermercado cheios de bugigangas. Colocam sobre o alienígena que sou seus olhares fulminantes de raio laser. Tento ser benevolente, mas ao mesmo tempo apresso meu passo em decisão e reteso o corpo em prontidão. Acho mais seguro caminhar pelo meio da rua. Lembro que tenho na cartucheira de perna uma chave inglesa que pode servir como defesa ase algo der ruim. São 18h no centro de São Paulo e algo suspende dentro de mim. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Em 2016 eu trabalhei muito naquela região, quando fiz uma residência artística no Amarelinho do Pessoal do Faroeste na Rua General Osório quase com a Rua do Triunfo. Eu saia do meio da cracolândia às 23h para ir para a pé para um boteco na Rua Cesário Mota Jr e algumas vezes retornava para continuar trabalhando na sala do grupo às 3h ou 4h da manhã e não sentia medo. Por que estou sentindo medo em 2023? </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Eu vivi em outros tempos uma outra cidade menos hostil, com políticas humanistas de assistência social como o extinto Programa Braços Abertos do Prefeito Fernando Haddad e da Secretária de Assistência Social Luciana Temer. Posso dizer que o programa gerava outros comportamentos e outras relações na região. E digo isso porque vivi a região naquele momento e vi com meus próprios olhos. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">A atual secretaria de Assistência Social parece inexistente sob o comando de Carlos Bezerra Júnior. Nada faz de fato pela cidade, mas segue na linha marqueteira da gestão Ricardo Nunes de inaugurar placas pela cidade. Vivemos uma política de hostilidade com a realidade. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">Chego na sede da Cia Mungunzá de Teatro para assistir a peça "Poema Suspenso para uma cidade em queda" e me sinto numa ilha no meio da cracolândia. Assisto uma peça sobre a vida apartamentos e a imobilidade da queda de um corpo do alto do prédio. Um corpo que não cai e ali fica suspenso entre as letargias das vida dos outros moradores. Espetáculo com fortes traços pós dramáticos e flertes com o teatro de forma épica, atuações precisas e estética muito bem pensada. Enquanto artista com fortes raízes na técnica de som e luz fico positivamente agraciado com a técnica executada em cena a vista do público. A casa está cheia, com cadeiras extras e rearranjos para que todos possam assisti, algo raro na cena cultural da cidade de São Paulo dos tempos atuais tão brutalizados. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: times; font-size: medium;">O certo é que queria poder falar mais sobre o espetáculo quando comecei a escrever esse texto. Mas naquele momento em que assisti a peça existia outro anti-poema suspenso dentro de mim: o anti-poema de suspensão da própria poesia dentro de mim diante de uma cidade que cada dia é mais hostil, comigo e com os desconhecidos anônimos que habitam ruas e calçadas. Como disse em outros tempos sombrios o poeta Bertolt Brecht: "<span style="background-color: white; text-align: center;">Que tempos são esses, quando </span><span style="background-color: white; text-align: center;">falar sobre flores é quase um crime, p</span><span style="background-color: white; text-align: center;">ois significa silenciar sobre tanta injustiça?</span><span style="background-color: white; text-align: center;">"</span></span></p><div><br /></div>João Alveshttp://www.blogger.com/profile/02251962101887089177noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-214493178222527862.post-10930893950962557712023-06-01T11:22:00.009-07:002023-06-12T11:56:50.454-07:00Porque não fui na Virada Cultural 2023<p style="text-align: left;"><span style="font-size: medium;">No sábado, 27 de maio de 2023, alguns amigos me perguntaram se eu iria na Virada Cultural e minha resposta era de "Não" a "Nem que me paguem". Minha resposta era sempre seguida de uma outra pergunta do interlocutor: "Por quê?". E aqui segue a minha resposta. </span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBdeKnJ-kboPKwIIYRijp7AuNu8V_4eJQCTxrcUNNrJRVdDE9ASInT_2Kdxnz0ZVo4riuRvboxaFrl3t0cNPff-swRvXX2hVB0MAt7ypx_msNQl0qrE7ng0c4SFEMVKHwsA9WAm_56DsAoYWnNGYYGMleLB9JCsWG4v5nKI3-B8i2OR-hfpWa1zZcY/s748/VIRADA%20DO%20DESPERTENCIMENTO.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="489" data-original-width="748" height="261" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBdeKnJ-kboPKwIIYRijp7AuNu8V_4eJQCTxrcUNNrJRVdDE9ASInT_2Kdxnz0ZVo4riuRvboxaFrl3t0cNPff-swRvXX2hVB0MAt7ypx_msNQl0qrE7ng0c4SFEMVKHwsA9WAm_56DsAoYWnNGYYGMleLB9JCsWG4v5nKI3-B8i2OR-hfpWa1zZcY/w400-h261/VIRADA%20DO%20DESPERTENCIMENTO.jpg" width="400" /></a></div><br /><div><br /><div><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Quando eu estive pela primeira Virada Cultural, entre os dias 19 e 20 de novembro 2005, meus olhos se encheram de possibilidades e de vida cultural. Pra além de arte se vivia a cidade de São Paulo, a gente transitava pelo centro sem preocupação, saíamos da periferia para ocupar o centro da cidade. Quando a virada expandiu nos anos seguintes, com equipamentos culturais públicos e privados em diversas regiões oferencendo programações, tornou-se uma coisa incrível, podíamos transitar. Com o transporte público 24 horas na Virada, construíamos pertencimento ao sair da programação de um palco no centro e ir para alguma unidade do SESC ou Centro Cultural em um bairro vivenciar outra manifestação. A graça da descentralização não era a concentração em poucos palcos periféricos, mas a pulverização pela cidade em múltiplos pólos. São Paulo é muito grande, mas o paulistano quer conhecer cada quilometro, não só aqueles poucos metros que a SMC determina no seu pseudo mapa cultural. Sentia-se naquela época uma experiência de mobilidade urbana na madrugada durante a Virada Cultural, que aquecia os corações e mentes e apontava para uma outra possibilidade para essa cidade de São Paulo tão massacrada e barbarizada. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">A Virada Cultural do prefeito Ricardo Nunes com a secretária Aline Torres, virou um evento de grandes cercados, que transformam-se numa hora em abatedouros para o crime, noutra hora em desconfortáveis isolamentos da cidade. A mesma Secretaria de Cultura tentou fazer igual com o Carnaval, criando currais para foliões com filas imensas e morosas. A sorte da população é que o folião de carnaval sabe subverter o estrangulamento da alegria e não se prenderam unicamente a determinação. Mas parece que o apreciador cultural não sabe se defender quando o intento é sucatear a vivência cultural. Em outros tempos pais e avós octagenários de amigos sentiam-se seguros de sair para curtir um palco no Arouche ou um show no Anhangabaú. Pais sentiam-se confortáveis para levara seus bebês para curtir a Rua São João ou a Rua Vieira de Carvalho. Principalmente por ser um espaço aberto, sem cercas e com milhares de pessoas, uma possibilidade impar de respirar a cidade e suas potencias. Se estivéssemos evoluindo em cultura e realmente descentralizando sentiríamos a mesma liberdade de ganhar as ruas e pertencer a cidade nas última viradas na cidade como um todo. Fato é que não dá para respirar profundamente arte e cultura numa gestão municipal de cercamento e sufocamento. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">O sufocamento cultural já começa na forma como a Secretaria Municipal de Cultura tratou os artista independentes da própria cidade. Em outros tempos estes artistas independentes tinham palcos menores que serviam de acesso para os palcos maiores e acabam fazendo com que os mesmo ganhassem visibilidade, além de constarem merecidamente na folha de pagamento da Secretaria Municipal de Cultura. Olhando a programação da Virada Cultural 2023 vi pouquíssimos artistas independentes. Talvez por não terem sido convidados, quem sabe seja porque a gestão de Aline Torres resolveu chamá-los de "artistas não consagrados pelo público e pela crítica" e colocá-los em uma afrontosa, desumana e precarizada "Portaria 32". Na Portaria o artista que ainda não tem vínculo com o mercado e não consegue apresentar três notas fiscais "consagratórias" do seu valor artístico é submetido a um cachê ínfimo, enquanto vê a mesma Secretaria pensar na possibilidade de gastar 10 milhões com uma Virada Cultural no metaverso para um público incipiente. Portanto, a dita "Virada Cultural do Pertencimento" não gerou pertencimento para os artistas independentes da cidade. Mas o marketing da Secretaria de Cultura bombou em pertencimento, basta ver as redes da Secretaria Municipal de Cultura que instagramizam tudo. O marketing da Secretaria de Cultura é uma grande ilusão que esconde o cercamento e sufocamento que está acontecendo a cultura desta cidade.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">O certo é que ano que vem é ano eleitoral, Ricardo Nunes e Aline Torres passarão e os passarinhos artísticos independentes da cidade de São Paulo poderão voar para fora das gaiolas culturais desta gestão. Assim espero. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><br /></div></div>João Alveshttp://www.blogger.com/profile/02251962101887089177noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-214493178222527862.post-41686690413002891192020-05-07T22:32:00.002-07:002023-06-12T11:57:14.550-07:00PORQUE TENHO MEDO DE REGINA DUARTE<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><div style="text-align: right;">
<i><span style="font-size: x-small;">"E no ABC do Santeiro</span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-size: x-small;"><i>O que diz o A, o que diz o A,</i></span><br />
<i><i><span style="font-size: x-small;">O A diz adeus a matriz,</span></i></i><br />
<i><i><span style="font-size: x-small;">O que diz o B, o que diz o B,</span></i></i><br />
<i><i><span style="font-size: x-small;">O B é a batalha da morte,</span></i></i><br />
<i><i><span style="font-size: x-small;">O que diz o C, o que diz o C,</span></i></i><br />
<i><i><span style="font-size: x-small;">Coitado do povo infeliz".</span></i></i><br />
<i><i><span style="font-size: x-small;">Sá e Guarabyra</span></i></i></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-size: x-small;"><i><i><br /></i></i></span></div>
<span style="font-size: x-small;"><i>
</i></span>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQywAi_rCPINB-sURDqdzcVj3Sfoe5LQCksm3-LPSaeNos_y0m_BUoZZWq6Qh6mslaVVaKJsZFVZxjV_NL1S6Dx_vgqdVp8F14Hp5j-UV6-KFiGYYVXP-laUz9vq81mn5IdfCtKBGaKdQ/s1600/ilustrac%25CC%25A7a%25CC%2583o+regina+duarte.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="367" data-original-width="1600" height="145" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQywAi_rCPINB-sURDqdzcVj3Sfoe5LQCksm3-LPSaeNos_y0m_BUoZZWq6Qh6mslaVVaKJsZFVZxjV_NL1S6Dx_vgqdVp8F14Hp5j-UV6-KFiGYYVXP-laUz9vq81mn5IdfCtKBGaKdQ/s640/ilustrac%25CC%25A7a%25CC%2583o+regina+duarte.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "cambria"; text-align: justify;"><span style="font-size: x-small;">Toda Viúva Porcina quer o seu Sinhozinho Malta.</span></span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Cambria; margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Não me surpreendeu a entrevista da Regina Duarte na CNN. Me surpreenderia se fosse diferente. Já estava declarado o que era Regina Duarte quando ela fez aquela campanha anti-PT e pró-Serra/PSDB do "Eu tenho Medo!". Lá ela já deixava claro que sempre teve medo de comunista embaixo da cama, como todos os filhotes da ditadura tem medo de artista, que sempre são chamados mentirosamente de comunistas por eles por mais que não estejam filiados ao Partidão. Regina dizia ter medo de algo que ela nunca havia vivido antes, ou seja, sem provas factuais para justificar o medo. Filha de militar ela nunca deixou dúvida do que apoia nas palavras da mesma: “..quando conheci o Bolsonaro pessoalmente, encontrei um cara doce, um homem dos anos 1950, como meu pai, e que faz brincadeiras homofóbicas, mas é da boca pra fora, um jeito masculino que vem desde Monteiro Lobato, que chamava o brasileiro de preguiçoso e que dizia que lugar de negro é na cozinha.” Muito mais do que anti-comunista, anti- esquerdista ou anti-petista temos que entender que ela é defensora da homofobia, do racismo e da desqualificação de outros seres humanos. Eu tenho raiva e medo de Regina Duarte, mas diferente dela tenho razões factuais para tal sentimento: vivo cotidianamente o preconceito de classe e o racismo, tenho diversos amigos queridos que sofrem na pele e na carne a homofobia nas ruas, sou artista que trabalha de domingo a domingo para ser chamado de vagabundo e preguiçoso por aqueles que tem uma vida fácil com pensão de filha de militar como a atual Secretária da Cultura tem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Eu tenho mais medo ainda de Regina Duarte por ser ator e saber que ela é atriz. Saber que ela está interpretando e que é consciente de seu personagem. Ela se prestou a desempenhar um papel na Secretaria de Cultura para o qual ela não tem o mínimo talento. Minimamente um Secretário de qualquer nicho tem que saber ouvir os pedidos do seu nicho, olhar e analisar o contexto real do nicho no país e procurar fazer ações rápidas e imediatas que levem ao avanço do nicho e do país. Em mais de sessenta dias como nomeada e mais de noventa como indicada o que temos no âmbito da Cultura é um vácuo imenso. Quanto as necessidades da classe artista durante a pandemia de Covid-19, não veio nenhum posicionamento da Secretaria de Cultura. Dependendo de uma atitude de Regina Duarte a classe artista vive, como Blanche Dubois em “Um bonde chamado desejo” esfacelada, violada e dependendo da bondade de estranhos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Eu tenho muito mais medo de Regina Duarte porque ela responde a perguntas concretas e pragmáticas com abstrações diminuição do que está acontecendo com a classe artística. Regina diz que não quer arrastar um “cemitério de mortes nas costas”, mas ao apoiar um governo de morte ela está contribuindo justamente para jogar pás de cal sobre os corpos de milhares de brasileiros que morreram nos últimos meses e que morrerão nos próximos. Milhares de artistas, que foram os primeiros a pararem de trabalhar por conta da disseminação do vírus, não receberam apoio da Secretaria de Cultura. A insensibilidade com os nomes de perdas para a cultura no último mês listados pela âncora do jornal deixa patente a necro-política na qual essa artista está engajada. O lucro simbólico e econômico gerado em cima de cadáveres. Segundo a própria Regina Duarte, "ela não quer desenterrar mortos", mas o brasil inteiro vai continuar enterrando muitos mortos nos próximos dias. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Eu tenho medo de Regina Duarte porque quando é mostrado um vídeo, no qual pede-se esclarecimentos sobre a não ação mesma, ela imediatamente surta. Grita: "Quem são vocês?!" Grita, olhando para a câmera. Ela é atriz. "Desconfie de tudo que é natural” me ensinou o alemão Bertolt Brecht. Ela sabe que interpreta uma personagem que ocupa um cargo público. A atriz aparece ali, a intérprete, coloca a sua frente um arremedo de ser atordoado. "Vocês estão cansados?! Ficam desenterrando mortos!" Vocifera descontrolada. Uma péssima atuação da funcionária pública, mas uma ótima atuação da atriz propagandista da falta de pauta do atual governo. Um ótima cortina de saída cênica foi feita e a entrevista é encerrada no clímax. O trabalho do fascismo está feito. Virou manchete. Virou propaganda. Nada de útil foi feito ou falado, mas ela sai de lá com o teatro realizado, sob aplausos de bolsonaristas, e com a pergunta, que a própria classe artista fez nos últimos sessenta dias, respondida: “Cadê Regina Duarte?” Tortamente e sem conteúdo, mas pergunta respondida. Assim, ninguém poderá dizer nas próximas semanas: “Cadê Regina Duarte?”; pois ela apareceu diante do público no teatro. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Eu tenho medo da Namorazistinha Brasil. Essa mistura de afeto com câmara de gás que sufoca no horário nobre. Essa mistura de Helena de sorriso falso com Viúva Porcina mentirosa sentada no trono de Rainha da Sucata Cultural. Mas, a saber, toda Viúva Porcina quer o seu Sinhozinho Malta. Regina Duarte encontrou o seu Sinhozinho Malta assentado na cadeira presidencial e vai usar essa vantagem na realidade como fez a Porcina da ficção. Vai mentir sua herança cultural em pleno Berço do Herói às custas do cadáver de Roque Santeiro. Diferente da ficção acho que o nosso Roque Santeiro não retorna, ele já morreu de verdade na batalha contra o Covid-19, as Fake News, as cortinas de fumaças, a dança dos ministros, as manifestações verde-amarelas, a inflação galopante, as investigações da Polícia Federal interceptadas e as compras de votos no congresso. Para a Porcina Regina e para o Sinhozinho Bolsonaro tá tudo tranquilo, ou melhor, “tá ok”, porque Bolsonaro nunca balançará o relógio para perguntar “tô certo ou tô errado”, ele sabe a resposta e não quer ouvir as pessoas dizendo o obvio. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Eu tenho medo de Regina Duarte, porque ela coloca-se como nacionalista e patriótica. Isso fez com que muitos a comparassem com o iludido Policarpo Quaresma, personagem de Lima Barreto, que esperançoso, diante das mudanças políticas brasileiras, empenha-se na luta por um nacionalismo a qualquer custo. Mas digo que não dá para compará-la com Policarpo Quaresma, porque ela está pior no contexto, e isso seria desprestigiar o personagem comparado. Envolvida numa difusão contextual desgraçada, ela apegou-se - diferente de Policarpo, que se aferra a uma ilusão de país- a uma ilusão já pseudo-superada de país - olha só que engodo. Policarpo ainda tinha uma República para formar no fim do século 19 diante da transição política daquele momento. Policarpo tinha o novo diante de seus olhos e de sua vontade absurda e cega de transformar o Brasil numa grande nação que não havia visto ainda. Mas o que Regina está tentando ferrenhamente defender? Regina não tem nada de novo, ela tem uma certeza pessoal cega num absurdo até naturalizado, mas muito condenável das mentiras manipulatórias de enganosas benesses da Ditadura Militar. Portanto, o conceito de grande nação fantasiado por Regina Duarte, já provou-se historicamente falso. Policarpo estava iludido num futuro suspeito, Regina alude um passado condenável. Se Lima Barreto escreve o triste fim do "nacionalista" Policarpo Quaresma em 1915 como tragédia dos primeiros anos de república militar, podemos escrever 105 anos depois, em 2020, o Triste Pós-Fim da Regina Namorazistinha do Brasil, natimorta em suas convicções "pseudo-nacionalista" de foros passados e ditatoriais. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">Tenho pena de Policarpo Quaresma que não sabia o que viria a frente e impelia as pessoas a embarcar com ele nessa desventura, de Regina eu tenho raiva e medo por ela ser tão torpe ao ponto de saber o que foi a Ditadura Militar e querer que voltemos atrás para um desgraça incomensurável.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit; font-size: large;">A saber que o medo é aquilo que nos leva a reação. É necessário reagir. Temos que contrapor ferinamente e ferrenhamente o discurso de Regina Duarte, provando que o que ela diz e defende não tem substrato nacional, nem humanitário, muito menos cultural ou constitucional. As convicções dessa filha da ditadura é algo que nasce morto em sua essência. Regina vive uma fantasia putrefata de arremedo do militarismo que, em suas incursões de vulgar bandeira nacionalista, não deram certo em nenhuma instância na cadeira executiva do país: haja visto Marechal Deodoro, Marechal Floriano Peixoto, Marechal Dutra, Marechal Castelo Branco, Marechal Costa e Silva, General Médice, General Geisel, General Figueiredo e agora a piada nacional do Cabo Bolsonaro, transformado compulsoriamente em Capitão da Reserva por afastamento de demência. É totalmente antipatriótico bater continência para um ser de patente rasa, que não tem estrutura moral e racional para ocupar uma patente no contingente militar, muito menos tem trato e responsabilidade de ação na vida civil para ocupar um cargo no executivo. A saber que Regina bate continência para um capitão de arremedo, tentando retroceder para o pior de Brasil que já houve na história. </span><span style="font-family: "cambria";"><o:p></o:p></span></div>
João Alveshttp://www.blogger.com/profile/02251962101887089177noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-214493178222527862.post-47318341749769549282020-02-11T09:53:00.005-08:002023-06-12T11:59:08.259-07:00ESOPOPÉIA BRASILEIRA #1 - O burro e a formiga<div dir="ltr" style="line-height: 1.2; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
Um burro chegou à presidência em função da quantidade de coices que dava. Sem o menor traquejo ele colocou-se à janela para pronunciar-se. Logo passou por ele uma formiga trabalhadora preocupada em carregar uma folha enorme para nutrir o formigueiro. O burro presidente rapidamente começou a injuriá-la: "Vagabunda! Oportunista! Parasita! Praga! Imprestável!". Então a formiga disse: "Senhor Presidente, não é você que me ofende, mas o cargo que você ocupa".</div>
<span id="docs-internal-guid-7bee5f97-7fff-5ecb-388b-68733abf193a"></span><br class="Apple-interchange-newline" />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQd4KmwfSKBYhQhtbVVH_11K1RZ8_RO5UPjHFNvC1DPQkD47VrYBufOgIFqOrCmi8KmIHMxMoBnEXaJoiVPbeJOYH4SBrlUI_9_R5iE0k7Flyg-IhS55O3eYzfb1Hp2ck1ImwAKYtodjg/s1600/burro+presidente+1.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="639" data-original-width="1024" height="395" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQd4KmwfSKBYhQhtbVVH_11K1RZ8_RO5UPjHFNvC1DPQkD47VrYBufOgIFqOrCmi8KmIHMxMoBnEXaJoiVPbeJOYH4SBrlUI_9_R5iE0k7Flyg-IhS55O3eYzfb1Hp2ck1ImwAKYtodjg/s640/burro+presidente+1.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span id="docs-internal-guid-3df57040-7fff-fea2-7210-466a7a80804e" style="text-align: start;"><span style="font-family: Arial; font-size: 9.5pt; font-variant-east-asian: normal; font-variant-ligatures: normal; font-variant-position: normal; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">a circunstância de sorte do ignorante favorece seu atrevimento contra aquele que realiza o trabalho pesado.</span></span></td></tr>
</tbody></table>
João Alveshttp://www.blogger.com/profile/02251962101887089177noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-214493178222527862.post-4408582620633136682018-11-08T15:39:00.000-08:002018-11-08T16:26:14.902-08:00HISTÓRIAS DO SR P: inteligência<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Em seus momentos de lazer o Sr. P costuma ir para um determinado bar. Lá ele conversa largamente sobre variados assuntos antigos e atuais. Certa feita um amigo resolveu elogiar a erudição do Sr. P.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- O Sr P é muito inteligente.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">- Mas de nada isso me adianta. Não ganho nada com isso.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Respondeu o Sr P.</span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwqvkySwfyiDdK2d_JKO2O04E1TwNbuMqX8R4ghwCotSXc3DTy_sJANw4PMNdaS2Lfw_8lmLW68_e112trJSGVp-JMybO2y3yJjPk3I3xKkRBpae3J9H-gvZkTMewA2nknWqHE7krGzbw/s1600/histo%25CC%2581rias+do+sr+p+inteligencia.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1042" data-original-width="1571" height="424" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwqvkySwfyiDdK2d_JKO2O04E1TwNbuMqX8R4ghwCotSXc3DTy_sJANw4PMNdaS2Lfw_8lmLW68_e112trJSGVp-JMybO2y3yJjPk3I3xKkRBpae3J9H-gvZkTMewA2nknWqHE7krGzbw/s640/histo%25CC%2581rias+do+sr+p+inteligencia.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Montagem: João Alves</td></tr>
</tbody></table>
<br />João Alveshttp://www.blogger.com/profile/02251962101887089177noreply@blogger.com0São Paulo, SP, Brasil-23.5505199 -46.633309399999973-24.4811409 -47.924202899999976 -22.619898900000003 -45.34241589999997tag:blogger.com,1999:blog-214493178222527862.post-85446301222928887232018-10-20T17:59:00.000-07:002018-10-24T17:52:35.024-07:00Capitulo 2. o assassinato dos inocentes. <h4 style="text-align: left;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
O Primeiro Evangelho do Anticristo Segundo o Terceiro Mundo </span></h4>
<div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQhMbH9dn9MoN9dkcEcYOeJKoXON3fUY-TGBhwYUohOrzsuLQX9UChlzCRMILmZ9zmMEXiU4DsvAs6_YbIzq2oTDIAS2JqAhWJZ7Hhv7Li_0u1LwlklTofCQeAIN26PiV1qvmgui9R6tE/s1600/capi%25CC%2581tulo+2+anticristo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="783" data-original-width="1432" height="347" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQhMbH9dn9MoN9dkcEcYOeJKoXON3fUY-TGBhwYUohOrzsuLQX9UChlzCRMILmZ9zmMEXiU4DsvAs6_YbIzq2oTDIAS2JqAhWJZ7Hhv7Li_0u1LwlklTofCQeAIN26PiV1qvmgui9R6tE/s640/capi%25CC%2581tulo+2+anticristo.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><span style="font-size: xx-small; text-align: right;">manipulação de imagem e montagem : João Alves</span></td></tr>
</tbody></table>
<div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">1. Nestes tempos o Rei dos Reis se esqueceu do Terceiro Mundo. 2. Aqueles que se iludem pensando serem divinos reis tomaram conta da terra e impuseram falsos reinados. 3. Exploradores de Mãos Santas, usurários da Pedra Preta, Déspotas Ilegítimos, Excelentíssimos Golpistas. 4. Como gafanhotos colheram as plantações que não suas, comeram e se refestelaram. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">5. Quando a estrela brilhou na terra, apontando toda a luz do ponto colateral, os falsos reis se assustaram. 6. Garrotearam o boi de estrela na testa em sua inocência como sacrifício inevitável. 7. Mas a luz estelar ainda refletia nos pratos sobre a mesa e isso assustou os falsos reis. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">8. Os falsos reis ouviram dos lábios dos reis magos a velha nova notícia e se regozijaram, pois a companhia do anticristo os libertaria. 9. Aliaram-se, a princípio, em nome da segunda morte do boi de estrela na testa, a morte da herança que ele representava na fraca memória das pessoas. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">10. As mentiras, com a conivência dos magos, reinaram sobre a terra, rodaram em fibras óticas e em ondas da terceira geração. 11. A mentira misturou-se a verdade, quase virou verdade, mas descobriram sua verdadeira natureza enganatória. 12. Os reis magos perceberam que suas ilusões eram truques manjados e fugiram em tempo. 13. Os reis magos silenciaram-se, isolaram-se e encastelaram-se em seus palácios de onde podiam disparar suas velhas palavras genéricas sem se exporem.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">13. Os falsos reis sentiram-se zombados pelos reis magos e decidiram que iriam mudar tudo aquilo que estava acontecendo nem que fosse na força. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">14. Então se cumpriu o que foi dito pelos profetas. 15. Ouviu-se em todos os pontos choro e ranger de dentes. 16. As mães e os pais choraram a perda de seus filhos. 17. Os atabaques e berimbaus foram silenciados para que os negros alvejassem sua alma em salmos e provérbios antigos e sem sentido. 18. O amor foi proibido. 19. Homens e mulheres que ousaram amar outros homens e mulheres foram torturados, supliciados e assassinados em praça pública. 20. O sangue banhou a terra, as calçadas e as matas. 21. O Terceiro Mundo, que nunca seria vermelho, banhou-se do vermelho vital de milhares de inocentes. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">22. O Silêncio e o Medo pairava sobre os homens. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">23. O Filho do Homem olhou para a terra e sentiu-se como se estivesse novamente em Getsêmani. 24. A solidão guiou-o até a borda do céu onde ele sentou, distante das vistas de seu pai, e chorou. 25. O Filho do Homem contemplava o Terceiro Mundo e chorava sentindo-se impotente, por já ter dito e feito tudo que esteve ao alcance de suas mãos.</span></div>
João Alveshttp://www.blogger.com/profile/02251962101887089177noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-214493178222527862.post-39025828576913988872018-09-30T13:07:00.000-07:002018-10-14T23:05:21.566-07:00diálogos em ano eleitoral #02<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><i>(O cenário é um boteco no centro de São Paulo. O dono é nordestino e vota no PT, o filho dele nasceu em São paulo e também vota no PT. O público frequentador é bem variado nas opiniões políticas, mas facistas saem de lá com a orelha quente e não voltam mais. No balcão estou com um amigo cantando alegremente)</i>. </span><br />
<div style="text-align: justify;">
<i style="caret-color: rgb(29, 33, 41); color: #1d2129; font-size: 14.000000953674316px;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">EU E AMIGO <i>(cantando completamente embriagados)</i>: "Ey, Ey, Eymael/Um democrata cristão/Pra presidente do Brasil queremos Eymael/Pela família e pela nação"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">(risos)</span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">EU: Você sabe alguma coisas sobre o Eymael além do Jingle?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">AMIGO: Não. <i>(Pausa). </i>E você!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">EU: Também não. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><i>(Bebemos um belo gole de cerveja. Olhamos um para o outro e cantamos). </i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<i style="caret-color: rgb(29, 33, 41); color: #1d2129; font-size: 14.000000953674316px;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">EU E AMIGO <i>(cantando)</i>: "Ey, Ey, Eymael (...)"</span></div>
João Alveshttp://www.blogger.com/profile/02251962101887089177noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-214493178222527862.post-34355936089643853182018-09-30T09:23:00.002-07:002018-10-21T17:20:48.885-07:00diálogos em ano eleitoral #01 <div style="caret-color: rgb(29, 33, 41); color: #1d2129; font-family: system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, ".SFNSText-Regular", sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="caret-color: rgb(29, 33, 41); color: #1d2129; font-family: system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, ".SFNSText-Regular", sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<i>(O cenário é um boteco frequentado majoritáriamente por pessoas de direita mas que tem uma dose de cachação São Francisco a 4 reias. O chapeiro e o garçom são populares e votam em candidatos com propostas mais voltadas a esquerda, o dono do boteco é nordestino e está indeciso, mas não vota na direita. Estou sentado a mesa com um amigo pequeno empresário tomando doses de cachaça São Francisco)</i></div>
<div style="caret-color: rgb(29, 33, 41); color: #1d2129; font-family: system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, ".SFNSText-Regular", sans-serif; font-size: 14.000000953674316px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
AMIGO: E esse tal de João Amoedo? </div>
<div class="text_exposed_show" style="caret-color: rgb(29, 33, 41); color: #1d2129; display: inline; font-family: system-ui, -apple-system, BlinkMacSystemFont, ".SFNSText-Regular", sans-serif; font-size: 14.000000953674316px;">
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
EU: O Executivo do Banco Itaú que cobrava juros abusivos e ilegais de 400%? Não tenho verba para um presidente desses. </div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
<br />
<i>(Dei um gole em meu copo de São Francisco e eu, que não podia, paguei a conta como se faz na velha política).</i></div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
</div>
João Alveshttp://www.blogger.com/profile/02251962101887089177noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-214493178222527862.post-55632137872087987052018-09-10T20:58:00.001-07:002018-10-24T17:53:33.027-07:00CAPÍTULO 1. o nascimento segundo a palavra. <div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt;">
<h4 style="text-align: left;">
<span style="background-color: transparent; color: black; font-family: "arial"; font-size: 11pt; font-style: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;">O Primeiro Evangelho do Anticristo Segundo o Terceiro Mundo </span></h4>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHo4vqK4IwiXqI75CAF_9Qk8tgvzC7F2SoTv9rEFJ6ZTYSJUh5psfuOrdMJ2zd7-h69-nnQ8_N0v8r9NZlcicbheMhFmvND7Qx1RsDUiCiT8sq-5tXwwofCcPusNU1bzAcUc02QZdJoVs/s1600/capitu%25CC%2581lo+1+base2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="664" data-original-width="1600" height="264" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHo4vqK4IwiXqI75CAF_9Qk8tgvzC7F2SoTv9rEFJ6ZTYSJUh5psfuOrdMJ2zd7-h69-nnQ8_N0v8r9NZlcicbheMhFmvND7Qx1RsDUiCiT8sq-5tXwwofCcPusNU1bzAcUc02QZdJoVs/s640/capitu%25CC%2581lo+1+base2.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: right;"><div style="text-align: left;">
<span style="font-size: xx-small;">manipulação de imagem e montagem: João Alves</span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">1. Neste tempo deus é brasileiro e o anticristo também o é.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">2. O opositor do novo testamento foi vaticinado no novo mundo e agora foi revelado. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">3. Nasceu nos louros do civismo e da obediência em berço esplêndido. 4. Forjado na graça da luz dos porões de chumbo da média meritocracia nacional. 5.Velando em sua manjedoura, repleta de fios de ouro de tolo, haverá um bode expiatório a ser morto na próxima estação, uma ovelha já com a corda no pescoço e um boi martirizado com estrela na testa que, em sua inocência, não desconfia de nada. 6. O boi é crédulo, mas os reis são magos, portadores de divinos presságios encantatórios, armados de boniteza incontestável, falam línguas e nelas não cessarão. </span></div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">7. Os reis magos não adoram o menino anticristo. 8. Eles sabem dos caminhos, percorrerão grandes lonjuras para mediarem oferendas. 9. Criarão a ilusão de unirem dois mundos. 10. Os reis magos, com suas antenas sagradas, pensarão unir: as línguas da torre de babel, a legalidade do pentateuco, a sabedoria dos provérbios, a poesia dos salmos, a erótica dos cânticos dos cânticos, a esperança dos profetas, o misticismo dos essênios e o pragmatismo do antropoceno. 11. Os reis são magos, a ilusão e a mentira são os reinos da magia. </span></div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">12. Diante disso, ungidos pela aparência de coerência, os reis magos são profundamente melancólicos. 13. Dizem habitar a infinita sabedoria que traz a felicidade, mas, paradoxalmente, em sua solidão percebem sua profunda tristeza. 14. Olham para o menino-anti-deus e amarelamente esgarçam seus dentes em sorrisos plenos de certas incertezas. </span></div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">15. O nascimento do anticristo é a mais nova aliança 2.0. </span></div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">16. Os rebanhos serão invocados. 17.As turbas infelizes sairão as ruas. 18. Um milhão encherá as redes. 19 Haverá de tudo: sardinhas, dourados, camarões, ostra, tubarões e traíras. 20. Das profundezas de onde habitam sem luz, pouco imaginam a luminosidade da superfície. 21. Do manto de prata que reluz nas ondas dos mares nada sabem e nunca saberão. 22. Os novos tempos não são de boa nova. 23. Os tempos são simplesmente a velha notícia publicada com tinta sobre o pixel. </span></div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">24. Espalhai a velha nova notícia: hoje, nasceu o anticristo. 25. Nem todos serão felizes sobre a terra.</span></div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="text-align: start;"></span><br class="Apple-interchange-newline" style="text-align: start;" /></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: right;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><span style="font-size: xx-small;">(com colaboração do apóstolo Sócrates Magno Torres, adepto da deflagração das coisa, e observações de Bruno Cordeiro Cassoni, crítico para alavancar os fazeres dos amigos</span><span style="font-size: xx-small;">)</span></span></div>
<br class="Apple-interchange-newline" />João Alveshttp://www.blogger.com/profile/02251962101887089177noreply@blogger.com0São Paulo, SP, Brasil-23.5505199 -46.633309399999973-24.4811409 -47.924202899999976 -22.619898900000003 -45.34241589999997tag:blogger.com,1999:blog-214493178222527862.post-7811380346743190412017-04-11T15:19:00.001-07:002017-04-11T15:25:27.764-07:001,57 ... sou um homem baixo<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "san francisco" , , "blinkmacsystemfont" , ".sfnstext-regular" , sans-serif; font-size: 12px; letter-spacing: -0.23999999463558197px;"> "Meu inimigo é apenas o centímetro que me falta de altura. Continuaria, eu, sendo o que sou, se acaso um centímetro a mais eu tivesse? Que é um centímetro? Não será mão, nem pé, nem braço ou rosto, </span><span style="color: #1d2129; font-family: "san francisco" , , "blinkmacsystemfont" , ".sfnstext-regular" , sans-serif; font-size: 12px; letter-spacing: -0.23999999463558197px;"><span style="font-family: inherit;">nem parte alguma que pertença </span><span style="font-family: inherit;">ao corpo. Apenas um centímetro a mais. Que há num simples centímetro? O que chamamos rosa, independendo do tamanho, tem igual perfume. Assim, se não tenho o centímetro que me falta, conservo a pessoa que sou e vago sem altitude que valha mais. Risca os certificados de minha altura, e, em troca dela, que não é parte alguma de mim fico por inteiro".</span></span></div>
<span style="color: #1d2129; font-family: "san francisco" , , "blinkmacsystemfont" , ".sfnstext-regular" , sans-serif; font-size: 12px; letter-spacing: -0.23999999463558197px;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span>
<br />
<div style="text-align: right;">
<span style="color: #1d2129; font-family: "san francisco" , , "blinkmacsystemfont" , ".sfnstext-regular" , sans-serif; font-size: 12px; letter-spacing: -0.23999999463558197px;"><span style="font-family: inherit;">(#Parodiando</span></span><span style="color: #1d2129; font-family: "san francisco" , , "blinkmacsystemfont" , , sans-serif;"><span style="font-size: 12px; letter-spacing: -0.23999999463558197px;">Shakespeare)</span></span></div>
João Alveshttp://www.blogger.com/profile/02251962101887089177noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-214493178222527862.post-82101823176348233002016-10-20T11:22:00.000-07:002016-10-20T11:22:36.817-07:00SOBRE NADO<br />
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<div class="MsoNormal">
Busco a praia dos inutensílios<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
No meio da tormenta absurda do utilitário.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Suas mãos são meus auxílios.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Nosso tempo é refratário.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Rompendo ondas nas braçadas,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Sigamos fortes e atentos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Sigamos nadando de mão dadas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Este mar exige discernimentos.<o:p></o:p></div>
<!--EndFragment-->João Alveshttp://www.blogger.com/profile/02251962101887089177noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-214493178222527862.post-50672286984271685632016-10-04T05:02:00.001-07:002016-10-04T05:22:02.631-07:00RECEITA PARA DORMIR BEM CONSIGO MESMO<div style="color: #1d2129; font-family: 'San Francisco', -apple-system, BlinkMacSystemFont, '.SFNSText-Regular', sans-serif; font-size: 14px; letter-spacing: -0.23999999463558197px; margin-bottom: 6px;">
1 coloque para tocar "Chão de Giz" de Zé Ramalho (ou um CD completo com músicas compostas por ele). Tem que ser em looping no notebook que preencherá o lado da cama de casal que está vazio;<br />
2 agasalhe-se bem com um cobertor velho;<br />
3 tome um golinho de cachaça mineira da boa;<br />
4 feche os olhos e reflita sobre cada frase.</div>
<div class="text_exposed_show" style="color: #1d2129; display: inline; font-family: 'San Francisco', -apple-system, BlinkMacSystemFont, '.SFNSText-Regular', sans-serif; font-size: 14px; letter-spacing: -0.23999999463558197px;">
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
Meus vinte anos de boy, that's over baby!<br />
Freud <span style="font-family: inherit;">explica</span></div>
</div>
João Alveshttp://www.blogger.com/profile/02251962101887089177noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-214493178222527862.post-61693870854888699162016-10-02T19:21:00.000-07:002018-10-22T19:36:44.630-07:00ERA DORIANA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt; text-justify: inter-ideograph;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg80RgjC71gbQaJqkBxusnXarUSsaD52TQY_hafZS9d6FNaa2Lxi4Ts0-vYeVrY_voAucFyHvGeObMj1b0JR9jdizoaaMjQgg_PomLnMwDjESqVZCSbeOxOJrMAkMy6ipb226zt9O2iSXM/s1600/doria-vila%25CC%2583o-cage.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="1200" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg80RgjC71gbQaJqkBxusnXarUSsaD52TQY_hafZS9d6FNaa2Lxi4Ts0-vYeVrY_voAucFyHvGeObMj1b0JR9jdizoaaMjQgg_PomLnMwDjESqVZCSbeOxOJrMAkMy6ipb226zt9O2iSXM/s640/doria-vila%25CC%2583o-cage.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small; text-align: right; text-indent: 0px;">montagem: João Alves</span></td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt; text-justify: inter-ideograph;">
Eleitores e eleitoras, depois da ressaca eleitoral: </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt; text-justify: inter-ideograph;">
- Sejam bem-vindos
a Era Doriana em São Paulo! <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt; text-justify: inter-ideograph;">
Depositemos confortavelmente nossos suéteres nos ombros e façamos
um passeio histórico. A Era Doriana, por incrível que pareça tem suas raízes
na Era Napoleônica – olha só que Glória! Tudo começa quando Napoleão III resolve oferecer uma recompensa para quem conseguisse um substituto barato para a
manteiga. Esse substituto seria para o consumo das classes mais baixas. Lógico que, mais que rapidamente, os químicos, por amor a ciência que recompensa, conseguiram, através de misturas
químicas e processos de hidrogenação, achar uma coisa que não era manteiga, mas
que convencia! Tinha um sabor parecido, mas não era. Satisfatório para ser
apreciado por pobres! Sempre é possível inventar algo sem sabor numa boa
embalagem para enganar a fome. E assim inventou-se a margarina. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 35.4pt; text-justify: inter-ideograph;">
Vocês podem se assustar num primeiro momento. Mas confiem! E obviamente,
esse negócio da Margarina e Era Doriana é apenas uma coincidência (PITTA, Celso). Na
terra da CPI da merenda já aprendemos que comer demais faz tão mal quanto comer
de menos (KASSAB, Gilberto)! Por falar nisso: tudo será <span style="color: #131313; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: Georgia; mso-hansi-font-family: Calibri;">um</span><span style="color: #131313; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: CantoraOne-Regular; mso-hansi-font-family: Calibri;"> chuchu! Iremos crescer para chuchu! Se
preparem para um governo que vai ser um chuchuzinho (ALCKMIN, Geraldo)</span><span style="color: #131313; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: Georgia; mso-hansi-font-family: Calibri;">. </span>Roubamos, mas fazemos (BARROS, Adhemar). <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Então, relaxa e goza (MATARAZZO, Marta),
porque pior do que está não fica (TIRIRICA)! O importante é estuprar, mas não
matar <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>(MALUF, Paulo) e aqui neste Estado
sabemos muito bem como fazer isso. Nossas bandeiras que o digam! Sabemos usufruir
do momento que estamos no alto (CARDOSO, Fernando H.). Fingimos que funciona
(SERRA, José) diante das câmeras. A partir de agora não haverá mais lei de compensação,
haverá leis de execução (DÓRIA JR, João). Não adianta trazer ovos! Atira para
ver! (COVAS, Mário).<span style="font-family: "georgia"; mso-bidi-font-family: Georgia;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; mso-pagination: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: 35.4pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt; text-justify: inter-ideograph;">
São Paulo não pode parar. <span style="text-indent: 35.4pt;">Fé em Deus e pé na tábua (BARROS,
Ademar). </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt; text-justify: inter-ideograph;">
Sem escorregar na Era Doriana. <span style="text-indent: 35.4pt;">Mas, qualquer coisa, saibam que a margarina - sem sal - está aí e a gente pode fazer um último tango em São Paulo.</span><br />
<span style="text-indent: 35.4pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="text-indent: 35.4pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<span style="text-indent: 35.4pt;">___________________________________________________________________________</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-size: x-small;"><b>NOTAS</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin-left: 74.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: x-small;"><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;">1.<span style="font-family: "times new roman"; font-style: normal; font-weight: normal; line-height: normal;"> </span></span></span><!--[endif]-->“É
obviamente apenas uma coincidência” – Celso Pitta sobre as ligações de sua
mulher Nicéia e parentes de Paulo Maluf com os fornecedores de frango para a
prefeitura. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 74.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: x-small;"><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;">2.<span style="font-family: "times new roman"; font-style: normal; font-weight: normal; line-height: normal;"> </span></span></span><!--[endif]-->“Comer
demais faz tão mal quanto comer de menos”- Gilberto Kassab justificando a diminuição
de refeições nas creches. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 74.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: x-small;"><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;">3.<span style="font-family: "times new roman"; font-style: normal; font-weight: normal; line-height: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="color: #131313; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: Georgia; mso-hansi-font-family: Calibri;">“<span style="color: #131313; text-decoration: none;">Meu mote vai ser: 'O Brasil vai crescer pra chuchu',
'Nós vamos ter emprego pra chuchu', 'Vai ser um governo que é um chuchuzinho'.</span>”
– Geraldo Alckmin usando o apelido para dizer como seria o seu governo federal
durante campanha. </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 74.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: x-small;"><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;">4.<span style="font-family: "times new roman"; font-style: normal; font-weight: normal; line-height: normal;"> </span></span></span><!--[endif]-->“Rouba,
mas faz” – bordão dos defensores de Adhemar de Barros<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 74.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: x-small;"><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;">5.<span style="font-family: "times new roman"; font-style: normal; font-weight: normal; line-height: normal;"> </span></span></span><!--[endif]-->“relaxa
e goza”- Marta Suplicy enquanto ministra do turismo sobre a crise aérea.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 74.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: x-small;"><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;">6.<span style="font-family: "times new roman"; font-style: normal; font-weight: normal; line-height: normal;"> </span></span></span><!--[endif]-->“Pior
que está não fica” – Bordão de campanha do Deputado Tiririca.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 74.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: x-small;"><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;">7.<span style="font-family: "times new roman"; font-style: normal; font-weight: normal; line-height: normal;"> </span></span></span><!--[endif]-->“Se
está com desejo, estupra, mas não mata” – Paulo Maluf aconselhando estupradores
durante a campanha eleitoral de 1992.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 74.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: x-small;"><span style="mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-hansi-font-family: Calibri;"><span style="mso-list: Ignore;">8.<span style="font-family: "times new roman"; font-style: normal; font-weight: normal; line-height: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="color: #343434; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: UbuntuCondensed-Regular; mso-hansi-font-family: Calibri;">“Usufrua bem deste momento em que você
está no alto”. Fernando Henrique Cardoso aconselhando a governadora do Maranhão
Roseana Sarney em 2001. </span><span style="mso-ascii-font-family: Calibri; mso-hansi-font-family: Calibri;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 74.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: x-small;"><span style="mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-hansi-font-family: Calibri;"><span style="mso-list: Ignore;">9.<span style="font-family: "times new roman"; font-style: normal; font-weight: normal; line-height: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="color: #1c1c1c; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-hansi-font-family: Calibri;">"Finge que funciona!" José Serra enquanto <span style="mso-bidi-font-style: italic;">prefeito de São Paulo, referindo-se ao
medidor de pressão arterial que não funcionava, quando uma enfermeira de um
novo posto de saúde que ele inaugurava tentava medir sua pressão frente as câmeras.</span></span><span style="mso-ascii-font-family: Calibri; mso-hansi-font-family: Calibri;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 74.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: x-small;"><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-list: Ignore;">10.<span style="font-family: "times new roman"; font-style: normal; font-weight: normal; line-height: normal;"> </span></span></span><!--[endif]-->“Não
há lei de compensação, há lei de execução” – João Dória Junior motivando empresários.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 74.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt; text-justify: inter-ideograph;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: x-small;"><span style="mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-hansi-font-family: Calibri;"><span style="mso-list: Ignore;">11.<span style="font-family: "times new roman"; font-style: normal; font-weight: normal; line-height: normal;"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="color: #1c1c1c; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-hansi-font-family: Calibri;">“Você trouxe o ovo? Atire em mim pra ver!”- Mario Covas
enquanto governador do estado desafiando o manifestante Edi Paraizo que havia
jogado ovo em José Serra na semana anterior.</span></span><br />
<span style="font-size: x-small;"><span style="text-indent: -18pt;">12.</span><span style="font-family: "times new roman"; line-height: normal; text-indent: -18pt;">
</span><span style="color: #1c1c1c; text-indent: -18pt;">“Fé
em Deus e pé na Tábua” – bordão de campanha de Adhemar de Barros.</span></span></div>
João Alveshttp://www.blogger.com/profile/02251962101887089177noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-214493178222527862.post-55699644969823297912016-09-23T16:19:00.001-07:002018-10-14T23:04:23.019-07:00ABAIXO DO SOLO<div dir="ltr">
Desafino e perco o tom<br />
Contradição de ser um homem bom<br />
Protelo deixo tudo para depois <br />
Difícil saber a soma de 2+2<br />
A Certeza tão incerta</div>
<div dir="ltr">
Que não dá nem fuga pela porta aberta</div>
<div dir="ltr">
Construo um castelo</div>
<div dir="ltr">
Em areia eu me desmantelo</div>
<div dir="ltr">
<br /></div>
João Alveshttp://www.blogger.com/profile/02251962101887089177noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-214493178222527862.post-38079083043171467902016-08-23T06:58:00.001-07:002016-08-23T06:59:31.863-07:00CONTO DO LITRÃO<div style="text-align: right;">
<span style="font-size: x-small;">em parceria com o grande Luiz Felipe Macalé</span></div>
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
Tropecei em nosso amor no meio do bar. Pedi desculpas e ainda paguei uma cerveja. Desinteressado, sentei no banco ao lado e, entre goles, vomitei o meu passado. Passei mal de verdade. Me recompus sem ninguém notar e voltei para o singelo compasso do meu samba sincopado. Qual não foi minha surpresa ao saber que você também sambava. Revigorado, aquele que antes tropeça, era quem agora rodopiava. Não entendemos o enredo e sucumbimos em pés descalços num palco iluminado. Nos embriagamos de amor e aos tropeços saímos do bar.</div>
João Alveshttp://www.blogger.com/profile/02251962101887089177noreply@blogger.com1São Paulo, SP, Brasil-23.5505199 -46.633309399999973-24.4811409 -47.924202899999976 -22.619898900000003 -45.34241589999997tag:blogger.com,1999:blog-214493178222527862.post-54033016542121345102016-08-01T09:33:00.001-07:002018-10-14T23:06:07.215-07:00Na praça <div dir="ltr">
entre os tombos<br />
senta <br />
e espanta os pombos</div>
João Alveshttp://www.blogger.com/profile/02251962101887089177noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-214493178222527862.post-89960383698188922602015-11-09T08:29:00.001-08:002015-11-09T08:37:10.318-08:00NÓ GÓRDIO<div dir="ltr">
Se amarra perfeito<br />
Sabe<br />
Que um dia o laço será desfeito</div>
João Alveshttp://www.blogger.com/profile/02251962101887089177noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-214493178222527862.post-62862212989336085262014-10-21T14:04:00.001-07:002014-10-21T14:04:47.677-07:00HISTÓRIAS DO SR P: em quem o professor vota.<p>O Sr P dá aulas em uma escola particular. Outro dia os alunos inflamados pelo clima de disputa pergutaram: <br>
- Em quem o senhor vai votar? <br>
E o Senhor respondeu: <br>
- Voto é secreto.<br>
A turma inquita começou a questionar o professor: <br>
- Mas como assim? <br>
- Você precisa responde, professor <br>
-  Todo mundo no meu Facebook está declarando o voto. <br>
O Sr P continuou em silêncio e um aluno veio em seu socorro. <br>
- O professor tá certo. Outro dia minha mãe fez a mesma pergunta para a empregada e daí ela não deixa mais a coitada em paz até conseguir mudar a opinião dela.</p>
João Alveshttp://www.blogger.com/profile/02251962101887089177noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-214493178222527862.post-15710137185850107072014-09-13T07:12:00.000-07:002014-09-13T07:12:02.707-07:00CARTA DE TRÉGUA PARA LINDEZAQuerida Lindeza,<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Fiquei lisonjeado com a sua preocupação em querer saber como é que eu estou e sinceramente espero que você esteja bem. Eu estou como não deveria estar, mas se é assim que estou, é assim que é estar bem nesse momento, o ruim é não estar de forma alguma. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pensei bastante no que iria responder à você. Sei que Lindeza vem de <i>lidmo</i>, que significa "aquilo que é legítimo". Sabendo que você pode conter toda uma bela e pura autenticidade, não podia agir com você de forma diferente. Faz tempo, mesmo que relativamente, que nosos caminhos seguiram vias distintas nessas encruzilhadas. Eu, por mais que goste também de fazer aquilo que tenho vontade, não queria ser leviano e me deixar levar pelas emoções momentâneas, ou pelos rancores de egos feridos, ou, ainda, pelo choramingo de quem queria viver algo e não viveu. Queria que a minha resposta fosse da mesma forma como eu busco ser: uma tentativa poética. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Resolvi me afastar para curar minhas feridas. Como Eros preciso que a queimadura cure para poder voar até Psique. Sei que Dante precisou superar muita coisa para conseguir embrenhar-se numa floresta escura, para vencer infernos e purgatórios até alcançar o paraíso da visão de sua Beatriz. Entendo a necessidade de nos falarmos e sinto a necessidade e a falta de nos vermos, mas creio que, frente às escolhas, é melhor deixarmos assim. É melhor para todos nós três que assim fique. Mesmo cego de amor por você Lindeza, sei as consequências de uma guerra de Tróia e, ao invés de ser Páris e te raptar, minha Helena, prefiro usar minha cegueira numa ação epopéica digna de Homero. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Uma vez uma amiga me disse que eu não vivia, que tudo que eu fazia era assentado nos livros que eu lia. Lógico que eu fiquei bem chateado na época, mas depois eu compreendi que leio porque vivo e vivo porque leio. A literatura muitas vezes encontra tradução na vida e a vida acenta na escrita. Fiquei esses últimos dias pensando num livro do Mário Benedetti, <i>A trégua</i>. Acho que pude entender que vivemos juntos um período de trégua no meio de guerras, as minhas e as suas. Todo amor é um período de trégua diante da selvageria que é o resto da vida. Você foi a Avellaneda deste Martín. Foi um belo aposto. E é isso que quero que fique para mim. O que vivemos juntos foi Nosso. Incorruptivelmente Nosso. As lembranças ficarão me esperando no meio da noite, em todas as noites nas quais eu tenha que retomar o fio da minha insônia e olhando para a janela ou para um pedaço de papel, eu pronuncie ou escreva a palavra:"Poesia". </div>
<br />
Sempre,<br />
<br />
Seu Poeta!João Alveshttp://www.blogger.com/profile/02251962101887089177noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-214493178222527862.post-15843014239371559152014-08-11T20:25:00.004-07:002023-03-14T11:51:28.614-07:00PROFISSÃO DE MÉ<div style="text-align: right;">
(por Danilo Pinheiro e João Alves)</div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Creio no mé, Nosso Senhor.</div>
<div style="text-align: left;">
Concebido de cana-caiana,</div>
<div style="text-align: left;">
nascido nos alambiques,</div>
<div style="text-align: left;">
padecido em nosso goles.</div>
<div style="text-align: left;">
Foi destilado,</div>
<div style="text-align: left;">
engarrafado</div>
<div style="text-align: left;">
e comercializado.</div>
<div style="text-align: left;">
Desceu pelos nosso copos.</div>
<div style="text-align: left;">
Regurgitei no terceiro dia.</div>
<div style="text-align: left;">
Ih! Subiu o mé!</div>
<div style="text-align: left;">
Estou sentado à direita do balcão</div>
<div style="text-align: left;">
do bar aqui da esquina.</div>
<div style="text-align: left;">
Onde o mé regará os vivos e os mortos.</div>
<div style="text-align: left;">
Creio no gole pro santo.</div>
<div style="text-align: left;">
Creio na Santa Tereza,</div>
<div style="text-align: left;">
Creio na Salinas,</div>
<div style="text-align: left;">
Creio na Boazinha,</div>
<div style="text-align: left;">
Creio na Tabuá Flor de ouro,</div>
<div style="text-align: left;">
Creio na Santo Grau,</div>
<div style="text-align: left;">
Creio na Seleta,</div>
<div style="text-align: left;">
Creio na Germana</div>
<div style="text-align: left;">
e até creio na Pitu e na 51,</div>
<div style="text-align: left;">
quem dirá no Velho Barreiro,</div>
<div style="text-align: left;">
Creio na comunhão dos bebuns,</div>
<div style="text-align: left;">
Na ressurreição dos travados,</div>
<div style="text-align: left;">
No esquecimento dos arregados,</div>
<div style="text-align: left;">
Na alegria e na tristeza,</div>
<div style="text-align: left;">
tim-tim por tim-tim,</div>
<div style="text-align: left;">Há mé.</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
João Alveshttp://www.blogger.com/profile/02251962101887089177noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-214493178222527862.post-79779449924406730772014-07-31T15:11:00.001-07:002014-07-31T15:11:34.583-07:00VERSAR<p dir=ltr>verso preso na garganta<br>
tergiverso<br>
esse reverso me espanta </p>
João Alveshttp://www.blogger.com/profile/02251962101887089177noreply@blogger.com0Congonhas-São Paulo Airport, São Paulo-23.627325 -46.656586tag:blogger.com,1999:blog-214493178222527862.post-17447780926235185322014-07-30T00:36:00.000-07:002014-08-02T07:24:14.183-07:00CARTA DE AMOR PARA LINDEZAComo escrever sobre as delícias dos seus beijos se não poderei beijar você?<br />
Como falar das belezas dos sorrisos se você não sorrir para mim?<br />
Como traduzir em palavras os sentidos se não poderei sentir os seus sentidos junto aos meus?<br />
Como cantar perfumes inebriantes se sei que seu perfume que restou em minhas mãos desaparecerá?<br />
Como falar da perfeição do nosso encontro se seu corpo não encontra mais o meu?<br />
Como dizer que os olhares são precisos se os teus olhos já não encontram mais os meus?<br />
Como te encontrar se você não existir em meus encontros?<br />
Como te procurar se você não marcar a sua existência nos meus espaços?<br />
Como fazer teatro se você não estiver no meu elenco?<br />
Como musicar se você não está no meu diapasão?<br />
Como ser cineasta se você não está na minha tela?<br />
Como ser sambista se você não for minha cadência?<br />
Como ser Paulo Leminski se você não for minha Alice Ruiz?<br />
Como ser Pablo Neruda se não tiver os seu amor para colocá-lo em sonetos? <br />
Como ser Fernando Pessoa se não puder navegar em suas Odes Marítimas?<br />
Como ser Drummond se você não será meu estado de Minas?<br />
Como colocar a vida em poemas se você não viver comigo?<br />
Como falar das agruras da morte se não deres seu último suspiro junto de mim?<br />
Como escreverei sobre a velhice se você não irá envelhecer comigo?<br />
Como falar dos efeitos da bebida se você nunca mais me enebriar?<br />
Como justificar o meu suicídio se ele não por overdose de amor por você?<br />
Como escrever sobre o palpável se você não estiver no meus mistérios?<br />
Como construir textos sobre a certeza se não estás certamente comigo?<br />
Como teorizar sobre os erros se não errares comigo?<br />
Como ser contraditório se não iremos nos contradizer?<br />
Como historicizar o tempo se todos os tempos estarão sem você?<br />
Como escrever poemas para outras se só quero escrevê-los para você?<br />
Como dedicarei à outras todos os poemas que escrevi para você?<br />
Como ser poesia se você não for meu outro verso?João Alveshttp://www.blogger.com/profile/02251962101887089177noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-214493178222527862.post-10709998951186808932014-07-10T03:58:00.001-07:002014-07-10T03:59:09.168-07:00ORAÇÃO PARA OS NÃO SANTOS <p>Beije-me com toda sua vontade, <br>
Devore-me com unhas e dentes, <br>
Crava suas marcas para além da minha pele, <br>
Enlaça meu corpo com tuas pernas <br>
E deixa teu cheiro em minha cama <br>
para que eu te sinta mesmo em sua ausênsia. <br>
Pecadores, chupemos os frutos proibidos de nossa devoção <br>
E assim sejamos.</p>
João Alveshttp://www.blogger.com/profile/02251962101887089177noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-214493178222527862.post-15206127397218670692014-06-26T21:28:00.002-07:002016-10-04T05:20:45.064-07:00CRÔNICAS DA INTERNET # 6: O Tinder não é Kinder mas tem surpresas<div style="text-align: justify;">
Resolvi aderir à dança da moda. Entrei no Tinder. Sucesso! Que ótimo poder dizer: "Vamos trepar?"; e pronto! Engano. Com o uso constante acabei percebendo que tem gente que procura amor eterno no Tinder. Outros procuram amizade (cheguei a pensar que pudesse ser amizade colorida, mas me frustrei novamente). Outro dia achei que tinha tirado a sorte grande. Deu combinação com uma loira deslumbrante. O que será que ela viu em um baixinho careca? Pouco importa. Quem está na chuva é para se molhar e não para ter crise existencial. Como Rei Lear resolvi não perder a tempestade. Parti para o ataque. Consegui telefone,Whatsapp, Facebook, e-mail da moça. Só faltou conseguir a ficha de antecedentes criminais. Wal o nome dela.Uau eu diria! liguei. Do outro lado da linha atende uma voz rouca, quase um Cid Moreira: "Alô"; "Alô, eu queria falar com a Wal"; "Tá falando com ela" respondeu a voz. Wal era travesti, abreviação de Waldo. Olhei melhor no Facebook e entendi tudo: "No Tinder, quem vê cara não vê perereca". Marquei uma cerveja com Wal para assistimos um joguinho de futebol. Ela é chegado no brasileirão, torcedora rocha do Flamengo. Todas as vez que encontro com Wal eu falo da minas que ando encontrando pelo Tinder e ela me fala do bofes babados que ela encontra lá. Wal se tornou uma grande amiga. Viva o Tinder! E Elvis que me desculpe: "Love me tinder, love me soft, never let me go. You have my life complete, and I love you so"...</div>
João Alveshttp://www.blogger.com/profile/02251962101887089177noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-214493178222527862.post-79865845230987316342014-06-16T17:17:00.000-07:002014-06-16T17:17:06.195-07:00te vi e sabia que não devia,<br />
mas desconhecia outra via.<br />
plantava olhar que não extravia<br />
e um beijo já colhia.<br />
<br />
acordar jardineiro nunca quis,<br />
mas como negar essa força motriz:<br />
tem dias que a gente encontra raiz<br />
e brota Paulo Leminski com Alice Ruiz.<br />
<br />João Alveshttp://www.blogger.com/profile/02251962101887089177noreply@blogger.com0